sábado, 16 de outubro de 2010

violência gera violência...




No Haiti, milhares de mulheres negras sentem todos os dias o drama da miséria, da falta de alimentos para seus filhos, da violência e dos estupros impostos pela Minustah.Na Palestina, milhares de mulheres e crianças foram e serão mortos pelo assassino Estado israelense.
.
No Irã, legalmente a vida de uma mulher vale metade da vida de um homem. Ainda vigora a lei medieval do apedrejamento. O massacre que as mulheres trabalhadoras enfrentam em todas as esferas de suas vidas é cruelmente silenciado ou dissimulado através de preconceitos. Desde a escola, até os locais de trabalho a mulher é obrigada a conviver com o assédio e a subestimação.Além disso, não podemos deixar de citar a violência econômica à que as mulheres são submetidas, que se reflete nos salários mais baixos, nas duplas e triplas jornadas de trabalho, no assédio sexual.
Acontece todos os dias e em todos os acampamentos da capital haitiana Porto Príncipe. Agentes humanitários alertam sobre a violência sexual em grande escala. As vítimas são mulheres e meninas que com frequência estão acampadas ao ar livre, cujos maridos, pais e irmãos morreram no terremoto. Sobre os autores, todos concordam, diz Amélie Gauthier, que há anos faz pesquisas com mulheres no Haiti: ”Com o terremoto, as prisões foram destruídas e de três a cinco mil presidiários estão novamente em liberdade. Todas as gangues se reuniram de novo em Porto Príncipe. Elas são as culpadas pelo abuso sexual de mulheres.” As histórias das vítimas se parecem: elas são pegas quando escurece, nas latrinas, nas pequenas ruelas nos acampamentos ou em suas próprias tendas. Ninguém está a salvo. A vítima mais jovem é uma menina de dois anos de idade, que agora está sob cuidados em um centro de saúde. Na maioria dos casos, trata-se de estupros grupais, dizem as vítimas, por meio de uma agente humanitária da Human Rights Watch. Além da possibilidade de uma gravidez indesejada, as mulheres também temem a contaminação pelo vírus HIV. O Haiti tem a maior porcentagem de soropositivos em toda a região do Caribe. Mas também há abusos acontecendo em troca de comida ou abrigo, diz a pesquisadora Amélie Gauthier. As vítimas com frequência têm medo e vergonha de apontar os autores. ”Sexo em troca de comida é um fenômeno novo. É um desenvolvimento desastroso para as mulheres haitianas. Elas se sentem muito humilhadas. Muitas delas perderam seus maridos, suas casas, estão totalmente marginalizadas. E, naturalmente, têm que cuidar de seus filhos. A situação delas é ainda mais vulnerável do que antes do terremoto. Elas têm que fazer de tudo para sobreviver.” Os autores dos estupros têm pouco a temer dos agentes de paz da ONU. Depois da primeira denúncia da Human Rights Watch sobre violência sexual em um acampamento num campo esportivo da capital, levou três semanas até que o primeiro carro-patrulha aparecesse, passando pela a única rua transitável do acampamento, que tem 47 mil desabrigados, com portas e janelas fechadas. Mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon prometeu melhoras durante sua visita ao acampamento na semana passada. Ele anunciou que será montado um posto com policiais e agentes femininas da ONU.
.
Na verdade a violência contra as mulheres é uma forma de controle social que interessa muito à classe econômica dominante, pois, controlando, violentando e desmoralizando as mulheres, controla-se metade da classe trabalhadora, controla-se sua capacidade reprodutiva, mutila sua capacidade de mobilização e se economiza para o capital, que torna exclusivo a elas o trabalho doméstico não remunerado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário